quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010



Pontos de Cultura
Interação entre tradição e tecnologia

Reinaldo Coelho

Em 2008, na implantação do Programa Ponto de Cultura, integrante do Cultura Viva, do Ministério da Cultura (MinC), o Amapá foi contemplado com 15 vagas. O edital lançado pelo Governo do Estado, em dezembro do mesmo ano, recebeu mais de 45 projetos. Porém, somente 13 foram os selecionados.
Aprovadas, as instituições firmam convênio com o Governo do Estado do Amapá (GEA) e tornam-se Ponto de Cultura. Sua responsabilidade é articular e impulsionar as ações culturais existentes nas comunidades, como: artes cênicas e integradas, artesanato, culturas populares, expressões artísticas, música, teatro, dança, cultura afro e tradição oral dentre outros.
Entre os selecionados amapaenses, está o projeto da Banda “Placa Luminosa” que, em parceria com o grupo mazaganense “Raízes do Marabaixo”, instituiu no distrito de Mazagão Velho o terceiro Ponto de Cultura do Amapá. Os outros dois haviam sido instalados em Santana e Tartarugalzinho.
A inauguração do programa no município de Mazagão aconteceu domingo (21) com a presença de técnicos, do titular da Secretaria da Cultura do Estado do Amapá (Secult), João Milhomem, e uma comitiva composta pelo deputado federal Evandro Milhomem, do ex-craque de futebol Bira e do médico Leonai Garcia.
De acordo com a coordenadora do projeto no Amapá, Regina Carnezin, a parceria entre o governo federal e estadual tem como finalidade a descentralização de recursos destinados à cultura. “Essa é a primeira etapa do programa no Amapá, que é a implantação de 15 Pontos de Cultura. Ele será desenvolvido em três anos, com repasses anuais de R$ 60 mil, num total de R$ 180 mil, para cada ponto implantado”, explica.
O Ponto de Cultura de Mazagão Velho vai beneficiar mais de 100 crianças e adolescentes. O laboratório de informática, que será monitorado por um jovem da comunidade, conta com equipamento multimídia em software livre, microcomputador, câmera digital e um televisor. Também serão ministradas oficinas de dança do Marabaixo e do batuque, percussão, inclusive com o aprendizado de construção dos instrumentos.
Para o deputado Evandro Milhomem, os Pontos de Cultura inovam não só no conceito de política pública, mas também no método de atuação, no qual o repasse dos recursos é direcionado à ponta do projeto, evitando que o dinheiro se perca nos meandros da administração pública. Ele destaca ainda o grande alcance junto à comunidade, mesmo considerando o baixo valor unitário, cerca de R$ 60 mil ano.
Para o titular da Secult, o acesso à informática e à Internet possibilitará melhor educação às crianças da comunidade, sem esquecer sua cultura tradicional. “A comunidade de Mazagão Velho é uma referencia na formação da sociedade amapaense. Daí a necessidade de instrumentos que permitam perdurar essa cultura tradicional”, acentua João Milhomem.
O coordenador do Ponto de Cultura em Mazagão Velho, Carlos Augusto Gomes, enfatiza que, além das 100 crianças e jovens, o programa terá seis monitores da própria comunidade e mais dois que ministrarão oficinas de musicalização.
“A oficina de percussão será ministrada pelos monitores locais. Os monitores de musicalização virão de Macapá. Serão beneficiados além de Mazagão Velho, a sede do município e o distrito de Carvão. Para a Oficina Digital serão treinados os monitores da comunidade”, resumiu.

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